#113 – 2020.07.20 – Porto Santo

As expectativas para Porto Santo estavam bem altas e isso foi mau… mas comecemos pelo início.

Partimos de manhã bem cedo no porto do Funchal, a bordo do Lobo Marinho, o mini navio de cruzeiro que nos leva numa viagem de duas horas. Tranquila, com mar calmo e muitas hipóteses de nos distrairmos a bordo: ver as vistas nos vários deck, sentado a ver televisão ou a ler no interior, salas de jogos e até uma sala de cinema. Fiquei aqui uma meia-hora no meio da viagem, quando só se via mar ou qualquer das ilhas ainda/já era um ponto minúsculo no horizonte. Foi uma sensação estranha porque a sala fica num piso bastante inferior, onde não se sente ondulação nenhuma e até é agradável, mas começamo-nos a lembrar dos filmes de naufrágios e a pensar se esta coisa afunda, nunca vou chegar lá acima…Eh, eh!

A chegada é feita num porto simples que mais tarde veríamos de cima, no Miradouro da Portela. As vistas no Porto Santo, são realmente um dos atrativos principais.

Mesmo ao lado do porto, uma estação de tratamento de águas? Uma central de dessalinização? Não, um projeto de investigação de produção de energia através de biomassa de micro-algas, que existe há bastantes anos sem grandes resultados, pelo menos na opinião de alguns locais.

O caminho para Vila Baleira (curiosamente, a capital do concelho não tem o nome do mesmo) é rápido. Numa estrada curva, pelo litoral. O centro da cidade é simples mas repleto de comércio e pequenas vivendas de alojamento de férias. “Está a ver aquela ali, é onde o presidente Alberto João vem todos os anos”, dizia o nosso motorista de táxi que nos levou ao passeio pela ilha. Engraçado que estas referências iriam repetir-se ao longo desta volta: o terreno em frente à praia que o Ronaldo comprou (“mas ainda não fez nada”, para desalento do cicerone, o apresentador Jorge Gabriel, que vem todos os anos à Ilha Dourada e que fala bem com toda a gente (e que ia trazendo há dias o Covid para lá), etc, etc.

Depois fomos à praia. O ex-libris da ilha, lisonjeado por todos, estende-se por quase toda a costa sul, num areal extenso de areia branca. A água estava quente e com poucos turistas passámos um bom momento de relax.

Mas não ficámos demasiado tempo. Alugámos um taxi e fomos percorrer a ilha. É uma boa forma de visitar todos os recantos. Pagámos 40€ por duas horas(?) de voltas e com a sorte de ter calhado um conversador que nos ia explicando os locais, as histórias, o que tornou a viagem bastante mais interessante. O homem, em cada lugar era capaz de estar a falar por largos minutos, contando este e aquele pormenor. Às vezes um pouco demais, vamos que queremos conhecer o resto da ilha e ainda temos um barco para apanhar.

A costa é luxuriante e muito bonita. O interior está bastante seco e pouco atrativo. Numa das conversas do nosso motorista, ele explicou a seca quase permanente que a ilha vem suportando – a pouca chuva que cai não chega para tornar verde os campos – exceto o de golfe, embora algo pálido. Quase nada se cultiva já e tudo precisa de ser importado da ilha principal do arquipélago.

No lado oeste da ilha pudemos ver o pico de Ana Ferreira e as suas formações prismáticas, únicas na Europa juntamente com as irlandesas do Giant’s Causeway (pelo menos foi o que o nosso guia disse, não confirmei).

Mais ainda a ocidente, havia uma praia que tinha gostado muito de visitar, mas envolvia uma descida grande e tempo que não tínhamos, era a praia do Zimbralinho, uma baía rochosa de água limpa.

Ficámos cá por cima, onde a paisagem também não desiludiu.

O nosso tempo estava no limite e regressámos ao centro. Já não havia autocarro para o barco e tivemos de arranjar outro taxi para nos levar.

O regresso foi também calmo a bordo do navio de cruzeiro. O mar estava bonito.

Esse tempo de regresso, duas horas, também nos deu para fazermos uma avaliação do passeio. Não nos interpretem mal, gostámos da ilha mas como disse, as expetativas estavam elevadas. Com mais tempo de certeza que iríamos aproveitar mais e tirar melhor partido de tudo. Mas, friamente, não pudemos deixar de pensar no custo financeiro em ir lá.

Foi mais um cantinho de Portugal, que não podíamos deixar de conhecer.

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